Intro

Bem vindo ao blog Cuiqueiros, um espaço exclusivamente dedicado à cuica – instrumento musical pertencente à família dos tambores de fricção – e aos seus instrumentistas, os cuiqueiros. Sua criação e manutenção são fruto da curiosidade pessoal do músico e pesquisador Paulinho Bicolor a respeito do universo “cuiquístico” em seus mais variados aspectos. A proposta é debater sobre temas de contexto histórico, técnico e musical, e também sobre as peculiaridades deste instrumento tão característico da música brasileira e do samba, em especial. Basicamente através de textos, vídeos e músicas, pretende-se contribuir para que a cuica seja cada vez mais conhecida e admirada em todo o mundo, revelando sua graça, magia, beleza e mistério.

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sábado, 27 de dezembro de 2014

Percusión Brasileña [Fernando Marcon]

Essa postagem dá continuidade à série de publicações sobre metodologia de estudo da cuica, iniciada em julho de 2013 com o post Batuque é um Privilégio. Desta vez, apresento o método Percusión Brasileña, elaborado por Fernando Marcon, a quem agradeço a autorização de publicar o conteúdo referente à cuica. 

Além de informações e exercícios voltados ao nosso estimado instrumento musical, Marcon também aborda vários outros instrumentos significativos da percussão brasileira e apresenta um interessante "mapa musical do Brasil", descrevendo diversos gêneros de composição tradicionais de cada região do país. Natural de Piracicaba/SP, Marcon reside há muitos anos em Madri e publicou seu livro em espanhol, mas as informações sobre a cuica que ele apresenta estão aqui traduzidas para o português. Mais adiante estão os exercícios propostos para a prática do instrumento. Bons estudos! 

Cuica (ou Puitá)

“Os chamados 'tambores de fricção' são tradicionais na África: há o 'moshupiane', na África do Sul; o 'ingungu', na região Bantu; o 'dioulou-tama', na Guiné (...). Ainda que antigamente seu uso estivesse bastante difundido na Europa (Portugal, Espanha, França, Alemanha, Bélgica, etc.), hoje sua utilização é pequena nestes países.” fonte

Existem dois tipos de tambores de fricção, tomando como referência a posição da vareta em relação à pele (se esta é interna ou externa ao corpo do instrumento). Os tambores com a vareta externa são mais difundidos na Europa e os de vareta interna nos países africanos.

“A cuica (nome com que se conhece no Brasil) é um tambor de fricção com a vareta interna e seria procedente de Angola (onde se denomina puitá).” fonte

Originalmente era feita de madeira, mas atualmente é fabricada com diversos materiais como metal e acrílico. Possui uma pele de cabra presa em um dos lados e uma vareta de bambu fixada internamente no centro da pele. Existem verdadeiros mestres da cuica no Brasil, que sabem tocar melodias complexas com o instrumento. Sem dúvida, é um instrumento característico do samba, criando melodias improvisadas dentro do ritmo.

O som da cuica é produzido ao se friccionar uma das mãos na vareta com um pedaço de pano umedecido em água ou querosene (que dá mais aderência). Enquanto isso, a outra mão, com a ponta dos dedos médio e anular, aperta e solta a pele próximo de onde a vareta está amarrada, produzindo assim dois sons básicos: agudo e grave. 

Nota aguda: pressionar a pele
Nota grave: soltar a pele























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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Bloco das Cuicas - 3º ANO

Hoje, dia 2 de dezembro, comemora-se o Dia Nacional do Samba. Na verdade, visto que ainda estamos numa terça-feira, a comemoração será deixada para o próximo sábado. Mas como a cada ano, haverá inúmeros eventos para festejar essa data em reverência a este que é um dos nossos mais importantes bens culturais: o samba. E dentre todos esses eventos está o Trem do Samba, que neste ano realiza a sua 19ª edição. 

Em 2013, tivemos a imensa alegria de ver o Bloco das Cuicas fazer a sua segunda participação, e é maravilhoso ver que o bloco estará lá novamente, com o seu vagão repleto de cuiqueiros rumo ao bairro de Oswaldo Cruz. É a cuica recebendo também a sua parcela de reconhecimento pela importância que tem para o samba e, consequentemente, para a cultura brasileira.

Então, no próximo sábado, dia 6 de dezembro, a festa itinerante sairá da Central do Brasil com destino ao subúrbio carioca. O Bloco das Cuicas estará no primeiro vagão do trem que parte às 19h24min. Mas a concentração do bloco se inicia às 14h30min, no estacionamento ao lado da Escola Municipal Tia Ciata, onde será feita a distribuição das camisetas até as 15h30min. Quem puder, não deixe de ir. No ano passado, foi mais ou menos assim:

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domingo, 23 de novembro de 2014

A cuica na arte de Heitor dos Prazeres

Além de deixar seu nome na história como compositor de inúmeras canções, Heitor dos Prazeres também expressou nas telas a sua paixão pelo samba e toda a cultura afrobrasileira. Ainda não sei o título dessa imagem de sua autoria, mas bem poderia ser "O Cuiqueiro e a Passista". De qualquer forma, devemos ser gratos ao mestre Heitor por nos presentear com esse registro, um dos poucos onde a nossa querida cuica é retratada de forma tão bonita e singela.


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domingo, 9 de novembro de 2014

Vídeo 17 - Mart'nália - Filosofia

O motivo que me leva a publicar este vídeo não é a bela interpretação que a cantora Mart'nália faz da canção Filosofia, uma das inúmeras obras primas do compositor Noel Rosa. Na verdade, o propósito desta postagem é fazer reverência - mais uma vez - a memória de Ovídio Brito. No próximo dia 22 se completam quatros anos da sua ausência entre nós. Mas, para nossa sorte, podemos apreciar sua arte em registros como este e constatar porque devemos considerá-lo um dos maiores cuiqueiros de todos os tempos.

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

1º Workshop da Cuica [resultados]

Para quem não pôde comparecer ao 1º Workshop da Cuica, seguem aqui alguns registros do evento e um pequeno resumo dos pontos de reflexão apresentados na mesa de debate.


Sob o comando do jornalista Luis Carlos Magalhães, que gentilmente se dispôs para a função de moderador da mesa de debates, discutimos algumas questões relacionadas à presença da cuica na bateria das escolas de samba. Essas questões foram expostas sob o ponto de vista dos mestres de bateria, representados pelos ilustres mestres Ciça e Paulinho Botelho, e também sob o ponto de vista dos cuiqueiros, representados por Ricardo Santana (responsável pelo naipe de cuica do Salgueiro) e por Nilton Carvalho (responsável pelo curso de cuica do projeto Tamborim Sensação). Com o objetivo de "confrontar", no bom sentido da palavra, a diversidade de ideias e opiniões, o debate girou em torno de três questões principais, sobre as quais se falou resumidamente o seguinte: 

1) Posicionamento da cuica na bateria - Este primeiro tema tratou do posicionamento da cuica quando feito na frente, no meio ou no fundo da bateria. Segundo os mestres, o que determina a posição do naipe de cuica é a qualidade dos instrumentistas. Se o naipe é formado por bons cuiqueiros, capazes de fazer com que as cuicas sirvam como referência ao mestre para a manutenção do andamento, as cuicas certamente estarão na primeira fileira da bateria. Mas se o naipe não possui uma boa consistência, podendo até mesmo atrapalhar o mestre na regência da bateria, as cuicas fatalmente serão posicionadas mais ao fundo.

2) Relação entre cuiqueiro e escola - Este tema buscou abordar alguns dilemas existentes na relação entre os cuiqueiros e as escolas de samba. Os cuiqueiros chamaram atenção para o fato de a cuica ser um instrumento particular, isto é, que cada cuiqueiro utiliza a sua própria cuica nos ensaios e desfiles, ao contrário dos demais instrumentos que pertencem e são de responsabilidade das escolas de samba. Isso faz com que os cuiqueiros sejam obrigados a bancar os custos de manutenção da cuica com seus próprios recursos, uma despesa alta que poderia ser amenizada caso, por exemplo, as escolas fornecessem o couro para os cuiqueiros utilizarem em suas cuicas. As escolas e os mestres de bateria, por sua vez, argumentam que o comportamento do cuiqueiro, de um modo geral, não se faz da maneira ideal. A principal reclamação é a ausência dos cuiqueiros nos ensaios da bateria, ou seja, a falta de comprometimento do instrumentista com a escola. Isso se deve talvez à quantidade excessiva de escolas que boa parte dos cuiqueiros procuram desfilar a cada carnaval, o que torna praticamente impossível participar regularmente dos ensaios de todas as escolas onde pretendem desfilar.

3) Tipos de marcação: livre X padronizada - O terceiro e último tema debatido entre os mestres e os cuiqueiros foi sobre as diferenças entre o toque da cuica ser feito de maneira livre por cada cuiqueiro ou padronizada entre todos os integrantes do naipe. Parece que sobre essa questão os mestres de bateria e os cuiqueiros compartilham da mesma opinião: favorável à padronização da marcação. Entende-se que, se todos os cuiqueiros do naipe executarem rigorosamente a mesma marcação, haverá maior definição no efeito sonoro das cuicas, maior potência de volume e o naipe soará mais harmonioso.


Acredito que a conclusão que se pode tirar dessas reflexões seja a constatação de que esses temas formam um circulo vicioso cujo eixo gira em torno do mau comportamento dos cuiqueiros. É claro que não podemos generalizar, pois nem todos se comportam mal. Mas se queremos ter apoio das escolas, ganhar couro e outros materiais que nos ajudem a reduzir os custos de manutenção dos nossos instrumentos, devemos todos agir de maneira que os mestres de bateria nos prestigiem e reivindiquem por nós o apoio que necessitamos junto à presidência e diretoria das escolas de samba. Se desejamos manter o tradicional posicionamento das cuicas na primeira fileira da bateria, devemos todos nos aprimorar musicalmente e assim fazer com que os mestres confiem na qualidade dos seus cuiqueiros. A tendência pela padronização das marcações é um esforço neste sentido, mas seu resultado apenas surtirá efeito se todos nós compreendermos que a bateria da escola de samba é um organismo coletivo onde a individualidade deve ter um papel secundário.


Mas para comprovar que também devemos dar atenção para a cuica em performances individuais, o encerramento do evento contou com a participação especial do grande Indio da Cuica. Demonstrando sua impressionante habilidade em executar melodias com a "chorona", Indio apresentou um repertório formado por músicas de sua autoria e também alguns clássicos da música popular brasileira, fechando o 1º Workshop da Cuica com chave de ouro.  

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domingo, 7 de setembro de 2014

1º Workshop da Cuica

Se existiu um tempo em que a cuica estava ameaçada de ser extinta das baterias das escolas de samba (se é que esse risco já deixou de existir), hoje podemos dizer que o futuro guarda uma perspectiva bem mais positiva para o nosso querido instrumento musical. Pelo menos no que depender dos encontros e da organização de cuiqueiros em diversas regiões do Brasil e do mundo, a cuica terá uma bela e longa existência.

Eventos como o Encontro de Cuiqueiros do Rio de Janeiro, realizado ao longo dos últimos dez anos, sempre no dia 21 de abril, e as festas promovidas pela Confederação de Cuiqueiros do Japão, são apenas dois exemplos de que esses tradicionais eventos de confraternização dos cuiqueiros tem sido de fundamental importância para o fortalecimento da arte “cuiquística”.

O 1º Workshop da Cuica vem para se somar a essa corrente. A exemplo do Movimento Salve às Cuicas, que promoveu em São Paulo o que talvez tenha sido o primeiro evento a discutir com objetividade questões pertinentes ao nosso instrumento, assim como também se buscou fazer no 4º CUICARIOCA, o fato é que precisamos buscar um entendimento maior sobre tudo o que envolve a cuica e, desta forma, encontrarmos caminhos que nos ajudem a fortalecê-la enquanto um importante elemento da nossa rica diversidade cultural.

Portanto, em nome da comissão de cuiqueiros que se dedicou à organização deste workshop com tantas boas ideias e generosidade, deixo aqui a chamada para o comparecimento de todos. Seguem os detalhes da programação: 


O 1º Workshop da Cuica é uma iniciativa cultural com os seguintes objetivos:
  • Incentivar a reflexão sobre a cuica em seus mais variados aspectos;
  • Defender a importância da cuica para o samba e a cultura brasileira;
  • Debater questões técnicas e conceituais da cuica em relação à bateria;
  • Estimular o senso de autocrítica nos integrantes do naipe de cuicas;
  • Contribuir para a integração dos movimentos de cuiqueiros do Brasil/mundo.


PROGRAMAÇÃO

10h - Abertura do evento;

10h30min - Palestra de Paulinho Bicolor sobre questões históricas da cuica;

11h - Debate entre cuiqueiros e mestres de bateria (mesa formada por Ricardo Santana, responsável pelo naipe de cuicas do Salgueiro; Nilton Carvalho, responsável pelo curso de cuica no projeto Tamborim Sensação; Mestre Ciça e Mestre Paulinho Botelho); Temas do debate:
  • Posicionamento da cuica na bateria (frente - meio - fundo);
  • Relação entre cuica/cuiqueiro e bateria/escola;
  • Marcação da cuica: livre ou padronizada?

12h - Continuação do debate com microfone aberto para participação dos ouvintes;

12h30min - Encerramento do evento;

13h - Show de Indio da Cuica.

*em seguida, será servida a feijoada e o evento se desdobrará na festa da bateria da União da Ilha do Governador.

ENTRADA GRATUITA

Data: 14 de setembro de 2014
Estrada do Galeão, 322 – Cacuia
Ilha do Governador – Rio de Janeiro/RJ

ATENÇÃO!
As camisetas do evento serão distribuídas entre 10h e 10:30min.
A feijoada servida no almoço será gratuita aos cuiqueiros. Acompanhantes pagam R$10,00.
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domingo, 31 de agosto de 2014

4º CUICARIOCA

É com grande alegria que transcrevo aqui o texto de divulgação do próximo CUICARIOCA. E aproveito para agradecer publicamente ao amigo Eduardo Menezes pela oportunidade de poder compartilhar o pouco que conheço sobre esse instrumento que nós amamos tanto. Até lá!

Amigos da cuica, 
mestre Jovenito, o Jovem da Cuica, e equipe informam a realização de mais um encontro CUICARIOCA no domingo 7 de setembro de 2014, a partir das 13h. O esquema é o de sempre. Quem puder, por favor, leve aquele pedaço (500Kg) de carne, frango ou linguiça para o nosso churrasco. As bebidas (cerveja de 600ml e litrão / refrigerante) serão vendidas no bar do G.R.E.S Mocidade Unida do Santa Marta. Dessa vez haverá um bate-papo aberto e o cuiqueiro que desejar poderá contar casos memoráveis que viveu com o instrumento, lembrar dos grandes desfiles, dos amigos que partiram, falar sobre eventos etc. Temos que manter viva a nossa trajetória! Paulinho Bicolor, do blog CUIQUEIROS, fará uma breve explanação sobre questões históricas do instrumento. E o mestre Caliquinho, do G.R.E.S. São Clemente e do bloco Espanta Neném, marcará presença com a bateria Spantosa. Não fique fora dessa!

PROGRAMAÇÃO:

13h - Abertura do evento com muito samba rolando, churrasco, bebida vendida no bar e aquela descontração entre os amigos da cuica;

15h - Palestra de Paulinho Bicolor sobre a história da cuica e seu desenvolvimento sonoro; em seguida, microfone aberto para os cuiqueiros contarem seus casos com o instrumento;

16h30min - Apresentação da bateria do bloco Spanta Neném (com a participação dos cuiqueiros - TRAGA A SUA CUICA);

18h - Agradecimentos e encerramento; na sequência, roda de samba com o grupo Força do Pagode.

ENTRADA GRATUITA
Rua Jupira, 72, Botafogo - Rio de Janeiro/RJ (Morro Santa Marta)

OBS.: o acesso à belíssima quadra da escola deve ser feito pela rua São Clemente. Aqueles que forem de carro deverão estacionar nas imediações e caminhar pela curta ladeira que leva à quadra.

A camiseta do evento estará à venda por R$15,00.


APOIO:
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domingo, 17 de agosto de 2014

Música 15 - Dois sem vergonha

Essa música faz parte do disco Confusão Urbana, Suburbana e Rural, que vimos ser destaque também na postagem anterior. O título, Dois sem vergonha, provavelmente é uma referência ao interessante diálogo musical feito entre dois dos maiores cuiqueiros que se tem registro: Zeca da Cuica e o saudoso Mestre Marçal. É possível identificar, pelo estilo do toque e a tessitura do instrumento, que a cuica mais aguda e contínua é do Zeca e a mais grave e floreada seria a do Marçal. Ambas executadas com perfeição, o que não poderia ser diferente. Uma verdadeira aula!

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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Homenagem a Zeca da Cuica por seus 80 anos

Zeca da Cuica - Década de 1970
Zeca da Cuica, uma das maiores referências para nós cuiqueiros, completa hoje 80 anos de vida e este humilde espaço cuiquístico não poderia deixar de exaltar o Sr. Zeca nessa data tão especial. Nosso mestre se destacou desde muito jovem no ambiente das escolas de samba e desfiles de carnaval, mas deixou seu nome marcado na história da música brasileira quando passou a atuar nos estúdios de gravação, registrando sua arte em discos de inúmeros artistas dos mais variados gêneros musicais.

A sonoridade da cuica ganha uma qualidade muito especial nas mãos do Zeca, pois seu estilo reúne fundamentos desses universos musicais distintos, das baterias das escolas e rodas de samba, onde prevalecem a esponteniedade e improvisação, em contraste com a sensibilidade e profissionalismo que os estúdios de gravação exigem dos músicos.

A música a seguir tem um título que já diz tudo: Tema do Zeca da Cuica. Trata-se de uma homenagem feita pela violonista e compositora Rosinha de Valença ao seu amigo Zeca, gravada em 1976 no disco Confusão Urbana, Suburbana e Rural, de outro grande amigo do Zeca, o excepcional clarinetista Paulo Moura. Essa faixa começa com "Bicho papão", composição de Martinho da Vila, Wagner Tiso e Paulo Moura, e aos 2:17min inicia a música em homenagem ao Sr. Zeca.


Além de participar em gravações como esta, nosso homenageado também tem um longo histórico de atuação em duas escolas de samba: uma é a Estácio de Sá, antiga Unidos de São Carlos, do local onde ele mora praticamente desde que nasceu; e a outra é a Acadêmicos do Salgueiro, a primeira a lhe abrir as portas e permitir que desfilasse tocando cuica. Inclusive, foi o Sr. Djalma Sabiá - um dos fundadores do Salgueiro - quem deu ao Zeca a sua primeira "chorona".

Mas a relação do Zeca com a Estácio e o morro de São Carlos também é muito forte, e uma prova disso é o trecho contido no livro Samba, Cuica e São Carlos que apresenta este breve depoimento do ZK, como o nosso mestre gosta de ser citado:

Um dos herdeiros da virtuosidade e elegância ritmica da geração dos pioneiros é o cuiqueiro José de Oliveira, conhecido artisticamente como Zeca da Cuica, agraciado, em 21 de março de 2000, com a medalha Pedro Ernesto, concedida pela Câmara de Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro aos cidadãos que, com seu trabalho, enaltecem a cidade. Zeca da Cuica assim se apresenta: "eu, José de Oliveira, 70 anos de idade, conhecido como Zeca da Cuica, brasileiro, casado, pai de quatro filhos, doze netos e um bisneto, membro do coral da COMLURB - Companhia Estadual de Limpeza Urbana -, há 38 anos cuiqueiro por vocação. Para ilustrar, seguem alguns nomes inesquecíveis, os quais tive o privilégio de acompanhar: mestre Candeia, Cartola, Nelson Cavaquinho, Elizeth Cardoso, Ismael Silva (fundador da primeira escola de samba do Estácio) e Carmem Costa, todos no teatro Opinião. E, ainda, Almir Guineto, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, João Bosco, Jovelina Pérola Negra; Rafael Rabelo, Zimbo Trio e a Orquestra Sinfônica de Curitiba, na Sala Cecília Meireles; Elis Regina, Marisa Monte, Paulinho da Viola; Gil e Caetano no disco Tropicália 2. Os mestres que me ensinaram a tocar cuica foram Ministro, Boca de Ouro, Fumanchú, Oliveira do morro de São Carlos, Germano da Cuica da Mocidade Independente de Padre Miguel e o grande mestre Marçal...".

Os Originais do Samba - Década de 1960 - Zeca sentado com a cuica

Um fato muito importante na carreira artística do Zeca, mas que não consta nesse relato, é a participação dele no grupo Os Sete Modernos do Samba, conhecido mais tarde como Os Originais do Samba, do qual Zeca é um dos fundadores. Apesar de integrar o Originais por pouco tempo, foi com este grupo que ele se destacou como exímio cuiqueiro, sendo convidado para gravar nos discos desses artistas todos que ele mesmo citou e, enfim, se firmar profissionalmente no meio musical.

Mas nesse meio tempo, devido à complicações de um glaucoma, o Sr. Zeca foi aos poucos perdendo a visão até ficar completamente cego. Consequentemente, à medida que a idade também ia avançando, os convites para gravações e shows foram diminuindo, mas sua paixão e habilidade para tocar cuica permanecem firmes. O vídeo abaixo traz o registro da homenagem feita ao Sr. Zeca durante o 10º encontro de cuiqueiros do Rio de Janeiro, realizado tradicionalmente a cada 21 de abril, o Dia da Cuica.


Toda essa postagem diz muito pouco da importância do Sr. Zeca em relação à cuica. Ainda há muito o que dizer a seu respeito e serão necessárias muitas outras publicações para dimensionar a sua grandeza como músico e ser humano. Afinal, 80 anos não são 80 dias. Parabéns, Sr. Zeca! E obrigado por tudo!
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domingo, 1 de junho de 2014

Livro: Samba, Cuíca e São Carlos

Estive no lançamento do livro Samba, Cuíca e São Carlos há pouco mais de um mês e pude conversar com o autor, Carlos Nogueira, sobre uma questão que me deixou curioso: a palavra cuíca no título da obra. Apesar de tal fato sugerir que o texto contenha algo sobre o nosso estimado instrumento musical, na verdade há pouco nesse sentido. O livro é um interessante documento sobre o Morro de São Carlos e sua importância na história do samba e do carnaval. Segundo o autor, a cuíca entra no título porque "simboliza a alma do samba e sua sonoridade mimetiza a dor daqueles que ajudaram e continuam a construir o Brasil".


Em Samba, cuíca e São Carlos, Carlos Nogueira reconstrói a memória social do Morro de São Carlos, localizado no Estácio, bairro da cidade do Rio de Janeiro onde foi fundada a primeira escola de samba, a Deixa Falar, em 1928, e lugar de resistência e afirmação da identidade afro-descendente.

Nogueira começa a frequentar o Morro de São Carlos em 1998, quando passa a conviver e colher depoimentos de seus moradores, remanescentes da escola de samba Unidos de São Carlos. O autor conversou com compositores, passistas, personagens lendários do São Carlos, como Marly do Estácio, Zacarias, Sidney Conceição, Jorge Cabo, Oliviel, Mago, Wanderley Caramba, Zeca da Cuíca e muitos outros, recompondo assim a memória de uma das favelas mais antigas da cidade e do bairro no qual se localiza.

Nesse percurso, Nogueira também aborda a diversidade étnico-cultural da cidade do Rio de Janeiro nos idos da década de 1920, as políticas de higienização do governo de então e o surgimento do samba urbano carioca. 

A importância da Praça Onze, os carnavais, o Morro de São Carlos, os enredos da Unidos de São Carlos e da Estácio de Sá são objetos deste livro, em que seu autor nos traça um precioso roteiro do processo de surgimento de um dos nossos patrimônios culturais mais valiosos – o samba.

Carlos Nogueira nasceu no Rio de Janeiro. É graduado em Letras pela UFRJ e Mestre em "Memória Social e Documento" pela UNIRIO. Autor do livro Olhar de Ifá e dos vídeos Deixa Falar: 100 anos de Ismael e Mulheres Guerreiras. Atua profissionalmente na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na fronteira das áreas de comunicação, cultura, memória e documentação.
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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Música 14 - A cuica chora

A música dessa postagem é da autoria de Marquinho China e foi gravada no disco "Prazer: Partido-Alto", ao lado de outros três grandes sambistas: Tantinho da Mangueira; o já saudoso Renatinho Partideiro; e o Serginho Procópio, atual presidente da Portela


E o cuiqueiro responsável pelos belos fraseados da cuica nessa gravação é o Quirininho da Cuica, filho do nosso baluarte Quirino Lopes, antigo diretor do naipe de cuica da Mocidade Independente de Padre Miguel, posto que Quirininho herdou do pai, assim como o talento para a música.


A cuica chora
(Marquinho China)

A cuica chora por mim
A cuica chora por mim
Chora de saudade 
De uma amor de verdade 
Que chegou ao fim
(Mas a cuica chora assim)

Sempre que a vida permite
Eu aceito o convite e vou pra orgia
Mas a saudade não sabe se fica
E a triste cuica a saudade anuncia
Chora cuica danada 
Que a rapaziada não tá de bobeira
Essa cuica empolgada
Foi que me levou pro morro da Mangueira

Refrão

Quando ouço uma cuica
É que o samba já está vindo
Quando ela tá chorando
É sinal que estou sorrindo
Nem todo choro é de tristeza
Nem todo choro é de alegria
Se eu toco uma cuica hoje
Eu só vou parar depois do meio dia

Refrão

Meu compadre 
Olha na verdade o samba como fica
Samba pra ficar gostoso
Tem que ter pandeiro e cuica
Eu sei que mais cedo ou mais tarde
A saudade covarde vai largar de mim
Mas enquanto houver dor no meu peito
A cuica sem jeito vai chorando assim

Refrão

Chora que lindo cuica
Deixa de conflito isso não é legal
O choro que sai da cuica
Eu não sei se tem gosto de água com sal
Chora cuica cuica bonita
Pelos becos e vielas
Ela chora os meus lamentos
Eu choro os lamentos dela
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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Movimento Salve às Cuicas

O Movimento Salve às Cuicas é mais uma importante iniciativa que visa o fortalecimento dos laços de amizade entre os cuiqueiros e, acima de tudo, contribuir para que a cuica seja um instrumento musical cada vez mais admirado por todos. Movimentos como este têm acontecido em várias regiões do Brasil (vide Do Oiapoque ao Chuí) e agora é a vez dos cuiqueiros de São Paulo monstrarem sua paixão pela "chorona".

Portanto, em nome dos amigos de SP, todos estão convidados para o 1º Encontro Movimento Salve às Cuicas, que será realizado no próximo domingo, dia 04 de maio, das 13h às 17h, na quadra da Acadêmicos do Tatuapé - Rua Melo Peixoto nº 1513, Tatuapé (perto do metrô Carrão). A organização do evento pede a contribuição de 1kg de carne por pessoa para o churrasco e, é claro, que todos estajam devidamente acompanhados de suas respectivas cuicas. E segue o belo texto do amigo Ubiratan, organizador do evento, onde, em tom de manifesto, expõe as razões para a criação do movimento.


Movimento Salve às Cuicas

A nossa querida "chorona" é um dos instrumentos que mais possui identificação com a bateria de escola de samba, onde foi recriada, lá nos meados dos anos 20 do século passado, alterando a sua forma e o jeito de tocá-lo. Com o passar dos anos e o aperçoamento dos "cuiqueiros", foram descobrindo todas as possibilidades que esse instrumento único oferece.

Utilizada por muitos mestres de bateria, para proporcionar a leveza em uma bateria, oferece o swing, o molejo, o balanço que faz do samba o ritmo tão apaixonante, tão empolgante e ao mesmo tempo tão singular.

Mas com o rumo que as coisas estão tomando, essa "manhosa" corre o sério risco de desaparecer da bateria. Motivos, são vários, pode-se ficar argumentando várias horas, pois todos têm alguma razão, contudo, o fato é que esse instrumento tão identificado, intrinsecamente envolvido com a história do samba e consequentemente do carnaval, não faz parte dos itens obrigatórios de uma bateria de escola de samba.

Com a ajuda de todos os apaixonados por este instrumento, aqueles que as possuem, aqueles que apenas são amantes do seu som, temos que buscar esse reconhecimento, temos que buscar essa homenagem, pois com isso, estaremos perpetuando, dando continuidade e uma sobrevida para este tão singular instrumento, a nossa querida cuica.
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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Vídeo 16 - Cuíca Choreography

A cuíca já foi tema para aplicativo de celular como o Cuíca Lite e o CuícApp; tema para as artes visuais, nas colagens de Gilberto Mello e nos desenhos do Lan; e também não poderia deixar de ser tema para os poetas da música popular, como fizeram Wilson Baptista e Haroldo Lobo no samba "Como se faz uma cuíca". 

Mas hoje, em comemoração ao Dia da Cuíca, iremos apreciar o trabalho da companhia de dança Samba Performers numa performance em que a trilha sonora dá destaque para a chorona e os passos da dança seguem os sons do instrumento. 

Não é novidade para ninguém que os cuiqueiros adoram reverenciar as belas passistas e rainhas de bateria, assunto da postagem "O cuiqueiro e a passista", mas aqui temos uma homenagem inversa. Agora são as passistas que reverenciam a cuíca nesta criação da coreógrafa Angelique Starks

A música utilizada como trilha sonora foi gravada pelo grupo Fiesta Brazil. Por enquanto, ainda não sei o nome do cuiqueiro que realizou esta gravação, mas está à altura das belas dançarinas. E viva a chorona!!!

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sábado, 12 de abril de 2014

Vídeo 15 - 1º Encontro de Cuiqueiros - Belo Horizonte

Documentário sobre o 1º Encontro de Cuiqueiros feito na Praça da Estação, em Belo Horizonte, em 17 de fevereiro de 2013.

"A cuica nada mais é que celebrar a vida, brincar, se divertir!" 
 

sexta-feira, 21 de março de 2014

2º Encontro de cuicas de Belo Horizonte

Na última postagem, mencionamos o Concurso de Marchinhas Mestre Jonas, realizado em Belo Horizonte, onde uma das canções concorrentes foi justamente "O Pano da Cuica", que apesar de usar a cuica apenas como um pretexto para dar outra conotação à sua mensagem, não deixa de ser um registro interessante envolvendo a nossa querida "chorona".

Mas, além deste evento, Belo Horizonte viu acontecer outra importante iniciativa em prol da revitalização do seu carnaval: o 2º Encontro de Cuicas de Belo Horizonte. Graças a pessoas como o Luciano Cuica Play, Rafael Leite e outros mais, a cuica tem sido reverenciada na capital mineira e a amizade entre os cuiqueiros locais fortalecida. Bom para a cuica, bom para o samba, pro carnaval e para a vida cultural de BH, cidade de enorme importância artística para o Brasil. Tomara que o futuro reserve inúmeros novos encontros como o deste ano e que se repitam momentos como os registrados neste vídeo:


E por falar em encontro de cuiqueiros, daqui a exatamente um mês, no dia 21 de abril, será realizado o 10º Encontro de cuiqueiros do Rio de Janeiro, em comemoração ao Dia da Cuica. A data ainda não é oficial, mas existe um projeto de lei (PL n.º 197/2013) para a sua oficialização no município do Rio de Janeiro. Independente de ser oficial ou não, todos os que puderem comparecer no próximo dia 21, a partir das 13h, na quadra da G.R.E.S. União de Jacarepaguá serão muito bem chegados. A entrada é gratuita e cada pessoa deverá levar 1kg de carne para o churrasco, conforme solicitação do Sr. João da Cuica, organizador do evento. Já as bebidas serão vendidas no bar da escola. E não deixem de levar as suas respectivas cuicas, é claro!
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quarta-feira, 12 de março de 2014

Música 13 - O Pano da Cuíca

O Pano da Cuíca concorreu ao prêmio do Concurso de Marchinhas Mestre Jonas, realizado em Belo Horizonte no carnaval de 2014. Além de homenagear o saudoso Mestre Jonas, sambista e agitador cultural da cidade falecido em 2011, o concurso visa resgatar a tradição das marchinhas no carnaval da capital mineira. A irreverência é uma característica muito comum neste gênero musical, muitas vezes através de frases com duplo sentido, como no caso desta composição. O Pano da Cuíca ficou entre as doze finalistas do concurso, mas aqui é incontestavelmente eleita a marchinha campeã!



O Pano da Cuíca
(Flávio Henrique, Gustavo Maguá e Marcos Frederico)

Acha o pano
O pano é essencial
Vem cá, vem meu bem
Acha o pano pra mim
Acha o pano que é carnaval

Perdi o pano da cuíca
E a baqueta do tamborim
A baqueta eu encontrei, já tá na mão
Vem cá meu bem
Acha o pano pra mim

O pano é muito importante
Sem ele o som fica ruim
 Sem o pano não vai ter cuíca não
Vem cá meu bem
Acha o pano para mim
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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Vídeo 14 - Cuíca exige anos de dedicação dos ritmistas no carnaval

Este vídeo consiste numa reportagem televisionada ontem, 19 de fevereiro de 2014, onde Carlinhos da Cuíca é mais uma vez reverenciado por sua trajetória ímpar como exímio cuiqueiro e por seu notável trabalho de ensino do instrumento. Além dele, também são entrevistados Nilton Lopes, igualmente responsável pela formação de inúmeros cuiqueiros e cuiqueiras no Rio de Janeiro; Oscar Bolão, autor do método Batuque é um Privilégio, com vários exercícios para cuíca escritos em partitura; e Mestre Capoeira, defensor da ideia de que o naipe de cuíca deve sempre desfilar nas primeiras fileiras da bateria, como ele mesmo faz na escola Império da Tijuca. Várias questões interessantes são abordadas ao longo de toda a reportagem, que termina com a mensagem de que todas as pessoas podem aprender a tocar cuíca. Basta querer e se entregar de coração, por mais que seja um instrumento que realmente exige dedicação.



Nosso agradecimento ao amigo Carlinhos Alvinegro pela indicação do vídeo.
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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Cuiqueiros 6 - Quirino Lopes

Todo ano, nas semanas que antecedem o carnaval, a imprensa costuma publicar matérias relacionadas às escolas de samba. Na maioria das vezes, são entrevistas com algum profissional de destaque ou celebridade, como os carnavalescos e as rainhas de bateria. De vez em quando, as reportagens abrem uma exceção e dão espaço para algum baluarte. Em 2012, Quirino Lopes, ex-diretor do naipe de cuíca da Mocidade Independente de Padre Miguel, concedeu uma entrevista ao jornal Extra, reproduzida abaixo. Um registro breve de algumas poucas palavras que revelam, nas entrelinhas, a intensidade de um grande amor á cuíca e ao samba.

Mestre Quirino e a cuíca cravejada de moedas
colecionadas dos países onde já se apresentou.
Foto: Fernanda Dias

Mestre Quirino, o último grande cuiqueiro, diz que falta amor ao carnaval e mostra mocidade, aos 88 anos.

Foi em uma época em que o carnaval e candomblé ainda se confundiam, no longínquo 1938, que o garoto Quirino viveu seu primeiro carnaval. Longe das cuícas, que marcariam a sua carreira de músico, ele entrou no mundo do samba com um isqueiro na mão, aquecendo o couro dos surdos e tamborins com tochas de jornal, que serviam para afinar os instrumentos. Agora, o mestre se prepara para o 74º carnaval. Neste não vai tocar cuíca. Mas garante que vai desfilar na Velha guarda da Mocidade Independente com uma grande certeza.

— Meu filho, Quirininho, me disse outro dia: “Pai, quando o senhor for embora, a sua arte não vai morrer”. Eu acredito nisso — diz, entre lágrimas.

A idade permite também outras certezas, não tão boas:

— O carnaval já não é mais o mesmo. O que eu vejo é que falta amor. As pessoas saem em três, quatro escolas e não saem em nenhuma.

Até a Europa aplaudiu

Quem olha para o instrumento de estimação, com moedas de vários países, pode achar que levar a vida na cuíca foi fácil.

— Eu tomava uma cachacinha e o troco ia pra cuíca. Tem a Europa toda aqui. Criei meus oito filhos com ela — brinca o mestre, que aprendeu a tocar o instrumento nos terreiros de candomblé.

Hoje, a voz arrastada não lembra mais a do moleque que trabalhava de acendedor na Acadêmicos do Santo Antônio. A religião também já não é tão presente:

— Não pude homenagear São Sebastião, meu Oxóssi. Não tive dinheiro — lamenta.
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Trem do samba no Japão


A grande festa do Trem do Samba, realizada há 18 anos no Rio de Janeiro em comemoração ao dia nacional do samba, e que nas duas últimas edições contou com o sensacional Bloco das Cuícas, agora ganhou uma versão nos trilhos de Tóquio por iniciativa da Confederação de Cuiqueiros do Japão. A estreia do que poderia ser chamado de "trem bala do samba" aconteceu em dezembro de 2013.


Chegando à estação final, o trem parou, mas a diversão não, e o comboio seguiu para a tradicional Festa da Cuíca, realizada naquela que foi sua 5ª edição. Parabéns aos cuiqueiros do Japão!!! Arigatô!!!


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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Bloco das Cuícas 2013

Dando continuidade ao tema abordado nas duas últimas postagens, segue o registro em vídeo feito pela amiga Zezé Fonseca mostrando alguns momentos do Bloco das Cuícas no Trem do Samba de 2013. E mais abaixo, além da fotografia que reúne boa parte dos cuiqueiros que estiveram presentes, transcrevo algumas palavras do Luizinho, responsável pela organização do bloco, que traduzem muito bem o espírito amistoso dessa turma. Viva o Bloco das Cuícas!!! 


Fizemos mais uma vez o TREM do SAMBA, e essa foi a nossa 2ª edição, nossa segunda participação. Quando aconteceu a reunião com o Marquinhos de Oswaldo Cruz, lá na "Portelinha", ele me confidenciou o seguinte: "enquanto eu Marquinhos estiver respirando, e até o meu último suspiro..., quero vocês junto comigo no TREM do SAMBA, vocês trouxeram mais alegria, ritmo, e sorrisos para Oswaldo Cruz..., vocês são show!" Mas apesar de termos feito bonito, mais uma vez, devemos sempre estar melhorando a cada ano. Nossa alegria, nosso ritmo e nossa UNIÃO, deve ser MAIOR sempre..., UNIDOS PODEMOS TUDO..., e o BLOCO das CUICAS é hoje uma REALIDADE, e isso graças a UNIÃO de TODOS NÓS..., e que assim seja! NOSSA PARTICIPAÇÃO NO TREM do SAMBA tem como OBJETIVO MAIOR..., "FORTALECER" a CUICA!!!

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